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Agente da Passiva: quando e como usar

Antes de falar propriamente do Agente da Passiva, vamos rever alguns pontos importantes sobre a estrutura de uma frase. Em língua portuguesa, a ordem natural dos elementos frasais é

Sujeito + Verbo + Objeto Direto + Objeto Indireto + Adjuntos

Essa ordem não é fixa, por isso usamos vírgulas para marcar deslocamentos, por exemplo. A Voz Ativa é a que segue esse padrão, “alguém faz alguma coisa a outra pessoa num determinado momento/de uma certa maneira/etc…”

Agente da Passiva: conceitos gerais

Lembrando do que foi dito sobre Sujeito, agora temos que ter em mente a diferença entre Agente e Paciente. Agente é aquele que pratica voluntariamente uma determinada ação, e o Paciente é o que sofre os efeitos da mesma.

Vejam os exemplos abaixo:

(01) João matou Pedro.

(02) Maria e Gabriela compram duas fatias de torta.

(03) A casa é vendida.

(04) As casas são vendidas.

Em (01) e (02), temos um Sujeito – agente – e um Complemento Verbal – paciente. No primeiro caso, se alterarmos a posição linear do Sujeito com o Objeto Direto, teremos a alteração total do significado, ao passo que a segunda oração é logicamente impossível.

(05) Pedro matou João.

(06) Duas fatias de torta compraram Maria e Gabriela.*

Em (01) João é o matador, mas foi morto em (05), em (06) não existe a possibilidade de duas fatias de torta adquirir vida e comprarem seres humanos. Como disse, não há esquemas fixos na língua e o falante pode mudar (de forma já prevista na língua) a ordem desde que o significado se mantenha.

(07) Pedro foi morto por João.

(08) Duas fatias de torta foram compradas por Maria e Gabriela.

Agente da Passiva e Voz Passiva

Agora temos em (07) e (08) a mesma informação base de (01) e (02), porém o destaque está na pessoa morta e na coisa comprada. Desde o Latim, o que vem primeiro é o mais importante para o discurso. Em (01) o matador é o foco, mas em (07) o morto passa a ser o centro das atenções. O Agente de (01) passa a Agente da Passiva em (07) e o Paciente de (06) passa a Sujeito em (07).

O processo de transformação da Voz Ativa para a Voz Passiva é:

Voz Ativa: Sujeito + Verbo + Objeto direto

Voz Passiva: Sujeito (antigo OD) + ser/estar (verbo auxiliar conjugado no tempo que o verbo central estava na V.A.) + Verbo Principal no Particípio + preposição “por” + Agente da Passiva (antigo Sujeito)

Ex.:

Voz Ativa:

(01) João matou Pedro.

(02) Maria e Gabriela compram duas fatias de torta.

Voz Passiva:

(07) Pedro foi morto por João.

(08) Duas fatias de torta foram compradas por Maria e Gabriela.

Até aqui tá tudo bem… mas e o caso de (03) e (04)?

Repararam que temos um sujeito + verbo “ser” + particípio? Pois é, isso é o que chamamos de Voz Passiva Analítica, como em (07) e (08), mas esse caso é particular por não ter um agente da passiva. Quando não se sabe o sujeito da oração na voz ativa, não há agente da passiva.

(09) Vende casa. (alguém, não sei quem, vende casa)

(10) Vendem casas. (pessoas, não sei quais, vendem casas)

Em (09) e (10) o fato de não se saber quem faz a ação leva a produzir (03) e (04), esse tipo de oração pode ser reescrita sob a síntese:

(11) Vende-se casa.

(12) Vendem-se casas.

CUIDADO!!!

A forma sintética é muito utilizada e por vezes confundida com Sujeito Indeterminado. Justamente pelo fato de “casas serem vendidas” é que “vendem-se casas”. Se na forma analítica o sujeito paciente e o verbo principal estão no plural, na forma sintética não pode ser diferente. Por isso que a frase abaixo é agramatical, por haver incoerência no processo de formação da frase.

(13) Vende-se casas* = Casas é vendida*

 

 

Recomendo:

Análise Sintática

 

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