O Sujeito é um dos termos essenciais da oração, é aquele que realiza uma ação ou experimenta uma sensação. Chamado, em Linguística, de Argumento Externo, todos os processos expostos no Predicado se referem a ele.
Em português, o sujeito é marcado no verbo por meio de desinências número-pessoais e pronomes pessoais do caso reto. Como o verbo se refere aos processos do argumento externo, há concordância de número e pessoa.
Para os verbos que denotam ação, frequentemente o sujeito da voz ativa é o Agente, ser que pratica a ação, o da voz passiva é o Paciente, aquele que sofre as consequências de uma ação. Exemplos de sujeitos:
(01) João comprou uma casa. (Agente – o sujeito efetuou uma ação de compra)
(02) A água molhou a todos. (Fonte – semelhante ao agente; a água efetuou uma ação, mas não há controle da ação; a Fonte não tem o domínio da ação como o Agente o tem)
(03) Maria caiu da escada. (Tema – sempre que houver mudança de lugar, de posse, de estado, em frases que descrevem situações dinâmicas)
(04) Crianças gostam de sorvete. (Experienciador – não há nenhuma ação sendo executada, mas ainda assim continua sendo o ente que experimenta uma sensação de ordem psicológica ou sensorial)
Tipos de Sujeito
Pode-se identificar o Sujeito como Simples, Composto, Indeterminado, Elíptico (oculto) e Inexistente (oração sem sujeito).
Simples – Possui apenas um núcleo substantivo (nome ou pronome). A quantidade de características a ele atribuídas não o torna composto. Exemplos de sujeito simples:
(05) Margarida comprou um vestido e uma saia.
(06) A pequena casa ficava ao sul.
Composto – É aquele que apresenta mais de um núcleo, dois ou mais substantivos.
(07) Ana e Rute venderam tudo no sábado.
(08) Pedro, Thiago e João estavam num barquinho.
Indeterminado – É quando não se identifica o agente, quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação ou por não haver interesse no seu conhecimento.
Obs.: quatro dicas para identificar um sujeito indeterminado:
Verbo na 3ª pessoa do plural:
(09) Falaram de você. [quem falou?]
Verbo Transitivo Indireto:
(10) Precisa-se de funcionários. [quem precisa?]
Verbo Intransitivo:
(11) Come-se muito bem naquele restaurante. [quem come?]
Verbo de ligação:
(12) Nem sempre se é feliz nessa vida. [quem é feliz?]
Oculto (desinencial, implícito, subentendido ou elíptico) – Na situação em que o sujeito não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
(13) Fechei a gaveta. [Quem fechou? – Eu.]
(14) Come toda a comida! [Quem deve comer? – Tu.]
Dizer que a realização é desinencial, elíptico ou implícito não equivale a classificar o Sujeito, mas somente determinar a forma como o sujeito simples se apresenta dentro da estrutura sintática. O termo Sujeito Oculto caiu em desuso, já que se pode determiná-lo através das desinências número-pessoais, e assim indicar o sujeito.
Inexistente – Há verbos que não admitem sujeitos. Essas orações são caracterizadas pelo verbo estar na terceira pessoa do singular, sobretudo nos seguintes casos:
Todos os fenômenos meteorológicos (trovejar, nevar, escurecer, chover, relampejar, ventar);
Verbo com sentido de existir (ter e haver); Verbos que indicam tempo (ser, fazer, haver, estar, ir e passar – indicando tempo).
(15) Choveu muito ontem.
(16) Neva no sul do país.
(17) Anoitece tarde no verão.
(18) Ventou bastante ontem à noite.
(19) Ainda há amigos.
(20) Não haverá aulas amanhã.
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