No próximo dia 21 de fevereiro será comemorado o Dia Internacional da Língua Materna. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO em 17 de novembro de 1999. A proposta visa promover a diversidade linguística e cultura entre as diferentes nações. Isso permite que todos os países possam refletir sobre a preservação das particularidades linguísticas e culturais de cada sociedade.
Origem do Dia Internacional da Língua Materna
A ideia surgiu a partir do Dia do Movimento da Língua, criado em 1952 e celebrado desde então em Bangladesh. Um grupo de estudantes pretendia incluir o bengalês como uma das línguas oficiais do Paquistão, em 21 de fevereiro de 1952. No entanto, acabaram sendo todos assassinados por forças policiais, que atearam fogo em seus corpos.
Este movimento em prol da inclusão do bengalês começou quando Muhammad Ali Jinnah, general paquistanês, declarou que o idioma Urdu seria o idioma oficial no Paquistão do Oeste e no Leste (local que tradicionalmente utilizava o bengali como idioma principal).
Importante não confundir essa data com Dia da Língua Nacional que é comemorado todo dia 21 de maio.
O que é Língua Materna?
Efetivamente uma língua pode ser aprendida ou adquirida. A língua adquirida é aprendida em cursos de idiomas, inglês, francês, chinês, entre outros, se tomarmos como base o Brasil. Língua materna não é aprendida, é adquirida.
“Assim, se se trata da língua materna, comecemos por admitir a seguinte afirmação: o domínio do uso da língua é considerado como uma referência fundamental para a avaliação do desenvolvimento psicológico e social dos indivíduos.” (Mateus, 2019, p. 2)
A autora complementa:
“Se falei de uma política linguística constituída por acções que tragam benefícios aos falantes de português como língua materna, esta definição também se aplica quando a língua portuguesa é língua segunda, como o português em África e em Timor na sua função de língua veicular e de escolarização, em convivência com as línguas nacionais. Inserido nesses diferentes contextos sócio-culturais, o português torna-se uma variedade específica no conjunto das variedades da língua, tal como, desde há muito ocorreu com o português no Brasil e até, naturalmente, sucede com a evolução do português europeu.” (p. 3)
Fonte:
MATEUS, Maria Helena Mira. Uma política de língua para o Português. XXV Encontro da Associação Portuguesa de Linguística FLUL, 24 de Outubro de 2009. Disponível em: http://www.iltec.pt/pdf/politica_lingua.pdf. Acesso em: 20/02/2019.