Nesta entrevista, vamos conversar com um colega meu de faculdade, o professor e mestre Mario Marcio Felix Freitas Filho. Esta entrevista me foi gentilmente cedida por e-mail. A seguir, apresento um resumo de sua carreira no mundo das letras e algumas perguntas.
Palavras iniciais de Mario Marcio Felix Freitas Filho
Bom dia, boa tarde, boa noite. Eu sou o Professor Mario Marcio Felix, mestre em Literatura Comparada, professor de Português/Literatura em escolas de ensino fundamental e médio, Professor de Metodologia Científica no ensino superior e produtor de conteúdo educacional no Ubook. Sou formado em Letras Português-Latim pela UFRJ e vim aqui responder umas perguntas rápidas sobre literatura.
Perguntas e Respostas
Querem saber mais sobre o que ele pensa sobre sobre literatura e os rumos que ela tem tomado? Confiram!
O que você entende por Literatura?
Mario Marcio Felix Freitas Filho: A Literatura é a manifestação artística da palavra. É um tanto raso definir dessa maneira, mas é um bom começo. A literatura representa a sua época, registra o pensamento humano, seu sentimento e seus anseios. Acima de tudo, a literatura conta, (re)constrói a noção que temos de mundo, cultura, moralidade e nos permite a fruição, a catarse e o espelhamento: ela é o perfeito reflexo de sua época. É complicado definir algo tão plural.
Poesia ou Romance?
Mario Marcio Felix Freitas Filho: Amo tanto a prosa quanto a poesia. Sou poeta por vocação, mas também um leitor ávido por histórias. O ser humano é feito de momentos e toda literatura tem seu propósito, então quando sinto que estou mais para a poesia, começo com Pessoa e vou lendo os poetas até me saciar. Quando vou de romance, me pego lendo os novíssimos escritores que estão surgindo. É engraçado que o cânone chama de novos escritores pessoas que já tem uma estrada considerável e não reconhece essa galera que está debutando com livros, contos e histórias bem interessantes.
Para onde está indo a literatura nacional?
Mario Marcio Felix Freitas Filho: Nossa literatura está indo por caminhos bem interessantes. Tenho tido contato com boas histórias de novíssimos autores nacionais. Tem surgido muita gente boa e de peso, como Janaina Bianchi, Thiago d’Évecque, Luciane Rangel, Diego Oliveira, Larissa Siriani, Lu Ain-Zaila, Eric Novello e outros tantos que eu passaria o dia inteiro nomeando. O bom é que todos eles têm suas histórias distribuídas por livrarias virtuais como a Amazon, o que facilita o acesso. Ler os clássicos e os best-sellers é muito bom, mas descobrir essas preciosidades é tão bom quanto e, na verdade, esse é o desafio da nossa literatura: ser descoberta pelos nossos.
Sua Dissertação é intitulada: “O Coração Valente: William Wallace e a reapropriação do espírito do guerreiro medieval”. Como essa história pode provocar a geração de leitores do século XXI?
Mario Marcio Felix Freitas Filho: Estamos passando por uma época muito polarizada politicamente, tanto que vivemos praticamente uma guerra não declarada. Só que, na minha opinião sincera, isso não passa de uma cortina de fumaça que esconde problemas bem maiores que são ignorados por disputas sem sentido. É nesse ponto que entra o mito de William Wallace: a luta contra a verdadeira opressão de um povo que não quer se deixar dominar. Wallace luta pelo bem fundamental da humanidade que é a sua liberdade. Ele faz parte de uma resistência que promove a união de um povo e justamente estamos fazendo o contrário.
Audiolivros voltaram com tudo. Foram sucesso nos anos de 1980 até 1990, mas parece que agora têm crescido numa proporção assombrosa. A que se deve esse “boom”? O livro de papel “está nas últimas”?
Mario Marcio Felix Freitas Filho: Confesso que eu tinha certo preconceito quando comecei a trabalhar com a questão da literatura em áudio, era bem estranho. Passava pela minha cabeça a resistência ao “novo”e aos desdobramentos em relação ao não-papel. Mas pensando melhor, percebi que estamos vivendo em uma época tão corrida que essa é uma tecnologia que não promove somente a acessibilidade para quem não enxerga. O audiolivro é uma ferramenta que auxilia quem possui TDAH, quem só tem o tempo do deslocamento casa-trabalho para ter alguma fruição, pra quem enjoa ao ler no ônibus. Ou seja, são inúmeras possibilidades. Creio que cada leitor escolhe a mídia que lhe é mais adequada para cada momento seu, por isso, não acredito que o papel esteja nas últimas, mas que temos mais possibilidade de acesso ao livro. Por exemplo, um livro custa em média uns trinta reais. No Ubook, a editora em que trabalho, por menos que isso o audioleitor pode ter acesso a mais de dez mil livros no catálogo e ouvir o quanto desejar durante o mês. Então, é uma questão de escolhas.
Algum projeto em andamento?
Mario Marcio Felix Freitas Filho: No Ubook eu e meu amigo, o Prof. Rafael Ottati, estamos desenvolvendo uma série de produtos voltados à literatura. Quinzenalmente temos o podcast Ubook Cast, onde analisamos um livro do catálogo com um convidado, que pode ser o próprio autor, o narrador ou um membro da produção do audiolivro. Semanalmente temos o Ubook Recomenda, onde sugerimos bem rapidinho três obras do nosso catálogo para quem está com dúvida no que ouvir durante a semana. Tudo isso pode ser ouvido de forma gratuita em nosso aplicativo – que também é agregador de podcasts – Ubook. Lá, para quem não é assinante, tem alguns audiolivros liberados e vários podcasts. Fizemos um audiocurso de Introdução aos Estudos Literários, para quem quiser saber mais sobre Teoria da Literatura, e estamos finalizando um material para os vestibulares. Pra quem ficou curioso é só acessar http://try.ubook.com/
Quero agradecer pela sua consideração, pela presteza e pelas palavras.
Mario Marcio Felix Freitas Filho: Foi um prazer enorme estar por aqui. Um abraço.