A história do Hino à Proclamação da República do Brasil é cercada de curiosidades que o tornam um símbolo marcante da transição do país para a república. Com letra de Medeiros e Albuquerque (1867-1934) e música de Leopoldo Américo Miguez (1850-1902), o hino foi composto em um momento crucial da política brasileira, logo após a derrubada do Império. No entanto, apesar da expectativa de que fosse adotado como o novo hino nacional, isso não ocorreu, gerando um episódio interessante na história do Brasil.
Neste artigo, vamos explorar os detalhes sobre o surgimento do hino, o contexto histórico em que foi criado, e o motivo pelo qual ele acabou sendo rejeitado pela população. Além disso, você descobrirá como essa composição, mesmo sem a oficialização, se mantém viva como um legado da Proclamação da República.
Hino à Proclamação da República: Um Concurso para um Novo Hino Nacional
Em janeiro de 1890, apenas dois meses após a Proclamação da República do Brasil, o governo provisório, sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, organizou um concurso com o objetivo de oficializar um novo hino nacional que refletisse o novo regime republicano. Era uma tentativa de marcar a ruptura com o passado monárquico e inaugurar uma nova era de símbolos e valores.
O concurso teve como vencedores Leopoldo Miguez, um renomado compositor brasileiro, e Medeiros e Albuquerque, um importante literato da época. Ambos se destacaram entre diversos concorrentes pela qualidade de sua obra. O hino vencedor, que ficou conhecido como o Hino à Proclamação da República, foi publicado no Diário Oficial de 21 de janeiro de 1890, e muitos esperavam que fosse adotado oficialmente como o novo hino nacional.
A Rejeição Popular e a Escolha do Hino Nacional Atual
Apesar de toda a expectativa, o Hino à Proclamação da República não foi bem recebido pela população. Muitos cidadãos expressaram descontentamento com a composição, e houve protestos em várias partes do país. O apego ao Hino Nacional Brasileiro que já existia, composto por Francisco Manuel da Silva em 1831, foi um dos principais motivos dessa resistência.
Diante das reações negativas, o governo de Deodoro da Fonseca decidiu manter o Hino Nacional original e estipulou, por decreto, que o hino composto por Miguez e Medeiros seria utilizado para comemorar a Proclamação da República. Assim, essa composição passou a ser conhecida como o Hino à Proclamação da República, uma homenagem ao dia 15 de novembro de 1889, mas não como o hino oficial do Brasil.