O Adjetivo pertence a um inventário aberto, essa classe sempre pode ser aumentada. A estrutura interna do adjetivo consiste na combinação de uma base, um radical, mais algumas desinências. Geralmente concorda com o núcleo do sintagma em gênero e número, mas não existe nenhuma obrigação de concordar com o grau.
CONCEITO DE ADJETIVO
Adjetivo é uma palavra utilizada para restringir os significados do Substantivo. Essa restrição é benéfica, pois a informação deixa de ser vaga e ampla, caracterizando aquele indivíduo entre todos os seus semelhantes.
- homem magro
- gramática histórica
- criança talentosa
GÊNERO DOS ADJETIVOS
Há dois tipos de adjetivos em língua portuguesa, os adjetivos uniformes e os adjetivos biformes.
ADJETIVOS UNIFORMES
São aqueles que têm apenas uma única forma. Acompanham os substantivos de ambos os gêneros gramaticais (masculino e feminino). Via de regra, terminam em: “a” , “e”, “o”, “l”, “r”, “z”, “m” ou “s”:
- carioca
- paulista
- breve
- forte
- só
- azul
- geral
- regular
- esmoler
- feliz
- feroz
- comum
- ruim
- simples
As exceções são:
- espanhol — espanhola
- andaluz — andaluza
- bom — boa
ADJETIVOS BIFORMES
Possuem duas formas que concordam com o gênero gramatical do substantivo que modifica. Assim, há uma forma para os substantivos masculinos, e outra para os femininos. Há cinco possibilidades de terminação dessas palavras.
Nos terminados em “o” átono, troca-se o “o” por “a” também átono :
- gordo — gorda
- belo — bela
CUIDADO!
A palavra “trabalhador” pode ser substantivo ou adjetivo. Quando é substantivo, tem por feminino “trabalhadora”; quando é adjetivo, tem por feminino “trabalhadeira”. Coloquialmente, principalmente no Rio de Janeiro, não percebo esta última forma sendo empregada amplamente, mas minha percepção é que “trabalhadeira” estaria ligado ao dialeto do Nordeste do Brasil, não tenho nenhum dado científico que comprove tal percepção.
- As trabalhadoras já vão para as fábricas (isto é, as operárias).
- As mulheres trabalhadeiras sabem quanto lhes custa cuidar bem de uma casa grande.
Soma-se “a” final das palavras terminadas em “u”, “or”, “ês”:
- cru — crua
- nu — nua
- impostor — impostora
- português — portuguesa
Exceções:
- incolor, multicor, anterior, inferior, interior, etc.
- cortês, pedrês, montês, descortês — que são uniformes.
Aqueles terminados em “eu”, muda-se para “eia”:
- europeu — europeia
- plebeu — plebeia
- ateu — ateia
- hebreu — hebreia
- pigmeu — pigmeia
Geralmente, o “e” no masculino é fechado, no feminino é aberto, mas não acentuado.
Exceções: judeu, judia; sandeu, sandia.
Os terminados em “ão” podem mudar para “oa”, “ã” ou “ona”:
- beirão — beiroa
- cristão — cristã
- chorão — chorona
ADJETIVOS COMPOSTOS
Há casos em que dois adjetivos se juntam para formar um só, são chamados Adjetivos compostos. Somente o segundo elemento pode assumir a forma feminina:
- a guerra russo-americana
- a literatura luso-brasileira
- uma operação médico-cirúrgica
A única exceção é surdo-mudo, que tem por feminino surda-muda:
- Um menino surdo-mudo — uma menina surda-muda.
NÚMERO DOS ADJETIVOS
As regras que regulam a formação do plural dos adjetivos são, em linhas gerais, as mesmas que regem a formação do plural dos substantivos.
Assim que:
ADJETIVOS TERMINADOS EM VOGAL ORAL, OU DITONGO
Recebem a desinência s:
- rica — ricas
- forte — fortes
- mau — maus
Observação
Terminado o adjetivo em vogal ou ditongo nasais (im, om, um, em), é trocado, na escrita, o m por n, antes do acréscimo do s:
- ruim — ruins
- bom — bons
- comum — comuns
- virgem — virgens
ADJETIVOS TERMINADOS EM CONSOANTE
Recebem, de regra, es:
- regular — regulares
- capaz — capazes
- cortês — corteses
Exceção:
“simples”, geralmente, é invariável.
ADJETIVOS TERMINADOS EM “L”
Grupam-se de acordo com a vogal que precede o “L”
a) al, ol, ul. Têm mudadas estas terminações para ais, óis e uis, respectivamente:
- fatal — fatais
- espanhol — espanhóis
- taful — tafuis
b) el. Têm trocada esta terminação por éis (ou eis, se for átono):
- cruel — cruéis
- amável — amáveis
c) il. Quando tônico, o il se muda em is-, quando átono, em eis:
- gentil — gentis
- sutil — sutis
- fácil — fáceis
- útil — úteis
ADJETIVOS TERMINADOS EM “ÃO” ACENTUADO
A norma é apresentarem o plural em ões:
- poltrão — poltrões
- valentão — valentões
Exceto:
1) Os que formam o plural em ães:
- alemão — alemães
- catalão — catalães
- charlatão — charlatães
- sacristão — sacristães
2) Os que formam o plural em ãos:
- cristão — cristãos
- chão — chãos
- comarcão — comarcãos
- loução — louçãos
- pagão — pagãos
- temporão — temporãos
- são — sãos
- vão — vãos
ADJETIVOS COMPOSTOS
Tem havido muita indecisão por parte dos escritores. Com segurança, poder-se-ão apontar, talvez, apenas as seguintes normas:
a) Recebem a desinência de plural somente no último elemento os compostos de palavra invariável + adjetivo ou adjetivo + adjetivo:
Exemplos:
- sobre-humano — sobre-humanos
- anti-higiênico — anti-higiênicos
- luso-brasileiro — luso-brasileiros
- técnico-profissional — técnico-profissionais
Excetuam-se:
- azul-marinho — (invariável)
- claro-escuro — claros-escuros
- surdo-mudo — surdos-mudos
b) São invariáveis os compostos de adjetivo de cor + substantivo.
Exemplos:
- verde-mar
- verde-garrafa
- verde-malva
- azul-pavão
- azul-ferrete
- vermelho-sangue
- amarelo-ouro
Também o são:
- furta-cor
- ultravioleta
- infravermelho
c) Flexionam-se apenas no último dos termos os compostos de adjetivo + adjetivo, quando ambos designam nomes de cor:
- flâmulas rubro-negras
- paredes azul-claras
Menos comum é a invariabilidade (paredes azul-claro), ou a flexão de ambos os adjetivos (cabelos castanhos-escuros).
d) Cabe referir, finalmente, os substantivos de cor que funcionam como adjetivos. Assim, são invariáveis:
- luvas cinza
- sapatos gelo.
GRAUS DE SIGNIFICAÇÃO DO ADJETIVO
A significação de um adjetivo pode receber intensidade maior, ou menor. Daí a existência de dois graus: o comparativo e o superlativo.
COMPARATIVO
Quando fazemos uma comparação, chegamos infalivelmente a um destes resultados: a qualidade que se compara é superior, ou inferior, ou igual à que serve de termo de comparação. Seja o adjetivo antiga:
- Esta cidade é mais ANTIGA do que a nossa.
- Esta cidade é menos ANTIGA do que a nossa.
- Esta cidade é tão ANTIGA como a nossa.
Há, portanto, três espécies de comparativo, que assim se expressam em português:
- De superioridade (mais… que, ou do que)
- De inferioridade (menos… que, ou do que)
- De igualdade (tão… como, ou quanto)
SUPERLATIVO
Com o superlativo exprime-se uma qualidade no mais alto grau de intensidade:
Esta cidade é a mais ANTIGA da Europa.
Esta cidade é muito ANTIGA, ou antiquíssima.
No primeiro dos exemplos, o superlativo diz-se — relativo, pois a qualidade considerada mais intensa somente o é em relação às demais cidades da Europa; no segundo caso, o superlativo chama-se — absoluto, porquanto aquela qualidade não se compara à de nenhuma outra cidade. Este último tipo de superlativo, o absoluto, apresenta-se com dois aspectos:
a) Sintético, quando expresso por uma só palavra (adjetivo + um sufixo peculiar: íssimo, rimo, etc.):
elegant(e) + íssimo = elegantíssimo
b) Analítico, se formado com a ajuda de um advérbio de intensidade {muito, excessivamente, extraordinariamente, etc.):
muito elegante
extraordinariamente elegante
Tipos de Superlativos:
- Relativo de superioridade (o mais… de, ou dentre);
- Relativo de inferioridade (o menos… de, ou dentre);
- Absoluto sintético (adjetivo + íssimo, rimo, etc.);
- Absoluto analítico (advérbio de intensidade + adjetivo).
Exemplos:
- Paloma é a mais ALEGRE de minhas netas.
- Casimiro de Abreu é o mais TERNO dentre os nossos poetas.
- Este rapaz se revelou o menos ESTUDIOSO de sua classe.
- Temos de resolver um problema DIFICÍLIMO.
- Palmeiras muito ALTAS se distinguiam ao longe.
FORMAS ESPECIAIS DE COMPARATIVO E SUPERLATIVO
1) Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas especiais de comparativo e superlativo:
- Adjetivos
bom, mau, grande, pequeno
- Comparativo de Superioridade
melhor, pior, maior, menor
- Superlativo Absoluto
ótimo, péssimo, máximo, mínimo
- Superlativo Relativo
o melhor, o pior, o maior, o menor
A língua portuguesa não admite “mais bom”, “mais grande”, salvo “mais mau”, “mais pequeno”. Caso haja a intenção de usar a palavra “mais” antes de “bom” e “grande” para contrapor qualidades, o uso é permitido. Exemplos:
- Ele é mais bom do que inteligente.
- Mais grande que pequeno.
2) Alguns comparativos e superlativos não possuem a forma normal correspondente.
— superior — supremo e sumo
— inferior — ínfimo.
3) Algumas formas literárias de superlativo absoluto sintético:
- acre — acérrimo
- agudo — acutíssimo
- amargo — amaríssimo
- amigo — amicíssimo
- antigo — antiquíssimo
- áspero — aspérrimo
- benéfico — beneficentíssimo
- benévolo — benevolentíssimo
- célebre — celebérrimo
- comum — comuníssimo
- cristão — cristianíssimo
- crível — credibilíssimo
- cruel — crudelíssimo
- difícil — dificílimo
- doce — dulcíssimo
- dócil — docílimo
- fácil — facílimo
- fiel — fidelíssimo
- frio — frigidíssimo
- geral — generalíssimo
- humilde — humílimo
- incrível — incredibilíssimo
- inimigo — inimicíssimo
- íntegro — integérrimo
- livre — libérrimo
- magnífico — magnificentíssimo
- magro — macérrimo
- malédico — maledicentíssimo
- maléfico — maleficentíssimo
- malévolo — malevolentíssimo
- mísero — misérrimo
- miúdo — minutíssimo
- módico — modicíssimo
- negro — nigérrimo
- nobre — nobilíssimo
- parco — parcíssimo
- pessoal — personalíssimo
- pio — piíssimo e pientíssimo
- pobre — paupérrimo
- pródigo — prodigalíssimo
- próspero — prospérrimo
- provável — probabilíssimo
- pudico — pudicíssimo
- público — publicíssimo
- pulcro — pulquérrimo
- sábio — sapientíssimo
- sagrado — sacratíssimo
- salubre — salubérrimo
- são — saníssimo
- simples — simplicíssimo
- soberbo — superbíssimo
- tétrico — tetérrimo
- úbere — ubérrimo
A terminação geral do superlativo absoluto sintético é “íssimo”, a qual se junta ao radical dos adjetivos, na forma em que estamos acostumados a vê-los:
- fri(o) -I- íssimo… friíssimo
- doc(e) + íssimo… docíssimo
- nobr(e) + íssimo… nobríssimo
Às vezes, porém, o radical do adjetivo adquire, ao se lhe formar o superlativo, uma aparência diversa da que tem habitualmente:
- FRIO: frigid + íssimo: frigidíssimo
- DOCE: dulc + íssimo: dulcíssimo
- NOBRE: nobil -I- íssimo: nobilíssimo
A razão é que estes últimos superlativos são tirados dos radicais latinos dos adjetivos, ao passo que os primeiros são formados com os radicais destes mesmos adjetivos em sua forma portuguesa.
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