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Adjetivo: como identificar

O Adjetivo pertence a um conjunto de palavras em aberto, essa classe sempre pode ser aumentada e os processos de formação dos adjetivos são bastante dinâmicos. A estrutura interna do adjetivo consiste em combinar um radical como base a algumas desinências. Geralmente concorda com o núcleo do sintagma em gênero e número, mas não existe nenhuma obrigação de concordar com o grau.

CONCEITO DE ADJETIVO

Adjetivo, por definição, é uma palavra que “se junta a um substantivo, qualificando-o ou classificando-o”. É uma palavra utilizada para restringir os significados do Substantivo. Essa restrição é benéfica, pois a informação expressada pela “coisa” deixa de ser vaga e ampla, caracterizando aquele indivíduo entre todos os seus semelhantes. Veja os exemplos a seguir: “homem magro”; “mulheres valentes”; “água gelada”; “gramática histórica”; “criança talentosa”.

Por ter características nominais, os Adjetivos recebem morfemas que caracterizam Gênero (masculino e feminino) e Número (singular e plural). Morfema de grau (aumentativo e diminutivo) não parecem ser obrigatórios. Dizer “casas amarelas” exige a concordância de gênero e número, mas dizer “casinhas amarelinhas” ou “casinhas amarelas” é indiferente do ponto de vista estrutural da língua portuguesa.

GÊNERO DOS ADJETIVOS

Consideramos como gênero apenas masculino e feminino. Não há um morfema gramatical neutro no português. Há dois tipos de adjetivos em língua portuguesa: os adjetivos uniformes e os adjetivos biformes.

ADJETIVOS UNIFORMES

São aqueles que têm apenas uma única forma. Ao acompanhar os substantivos, independente dos gêneros gramaticais (masculino e feminino) das palavras, a forma desses qualificadores não se altera. Via de regra, essas palavras qualificadoras terminam em: “a”, “e”, “o”, “l”, “r”, “z”, “m” ou “s”. Exemplos: carioca, paulista; breve, forte; só; azul, geral; regular, esmoler; feliz, feroz; comum, ruim; simples. As exceções são: espanhol/espanhola; andaluz/andaluza; bom/boa.

ADJETIVOS BIFORMES

Possuem duas formas que concordam com o gênero gramatical do substantivo que modifica. Assim, há uma forma para os substantivos masculinos, e outra para os femininos. A maneira como é feita a marcação do gênero masculino determina como se deve incluir o morfema indicador do feminino.

Nos adjetivos terminados em “o”, troca-se essa marca por “a”: gordo/gorda; belo/bela; feio/feia; alto/alta; pequeno/pequena.

Nos adjetivos terminados em “u”, “ês” e “or” indicam o feminino com o acréscimo da vogal “a” depois dessas marcações originais. Por exemplo: cru/crua; nu/nua; português/portuguesa; traidor/traidora; impostor/impostora. Exceções que são uniformes: incolor, multicor, anterior, inferior, interior, cortês, pedrês, montês, descortês.

As formas adjetivas terminadas em “ão” mudam para “ã” ou “ona”. Esse é o caso de são/sã; cristão/cristã; sabichão/sabichona.

Nos casos em que os adjetivos terminam em “eu” (e fechado) e “éu” (e aberto) mudam para “eia” (e aberto) e “oa”, respectivamente: ateu/ateia; europeu/europeia; plebeu/plebeia; hebreu/hebreia. Exceções são: judeu/judia; sandeu/sandia.

CUIDADO!

A palavra “trabalhador” pode ser substantivo ou adjetivo. Quando é substantivo, tem por feminino “trabalhadora”; quando é adjetivo, tem por feminino “trabalhadeira”. Coloquialmente, principalmente no Rio de Janeiro, não percebo esta última forma sendo empregada amplamente, mas minha percepção é que “trabalhadeira” estaria ligado ao dialeto do Nordeste do Brasil, não tenho nenhum dado científico que comprove tal percepção.

Exemplo:

As trabalhadoras já vão para as fábricas (isto é, as operárias).

As mulheres trabalhadeiras sabem quanto lhes custa cuidar bem de uma casa grande.

ADJETIVOS COMPOSTOS

Há casos em que dois adjetivos se juntam para formar um só, os chamados Adjetivos Compostos. O processo padrão é manter o primeiro termo no masculino e o segundo elemento assume a forma feminina. Exemplos: a guerra russo-americana; a literatura luso-brasileira; uma operação médico-cirúrgica; a cultura greco-romana.

A única exceção é surdo-mudo, que tem por feminino “surda-muda”: um menino surdo-mudo — uma menina surda-muda.

NÚMERO DOS ADJETIVOS

As regras que regulam a formação do plural dos adjetivos são, em linhas gerais, as mesmas que regem a formação do plural dos substantivos.

TERMINADOS EM VOGAL ORAL OU DITONGO

Recebem a desinência “s”: rica/ricas; forte/fortes; mau/maus.

Observação: quando são terminados em vogal nasais (im, om, um, em), é trocado, na escrita, o m por n, antes do acréscimo do s: ruim/ruins; bom/bons; comum/comuns; virgem/virgens.

ADJETIVOS TERMINADOS EM CONSOANTE

Recebem, de regra, es: regular/regulares; capaz/capazes; cortês/corteses. Exceção: “simples”, geralmente, é invariável.

ADJETIVOS TERMINADOS EM “L”

Grupam-se de acordo com a vogal que precede o “L”

a) al, ol, ul. Têm mudadas estas terminações para ais, óis e uis, respectivamente: fatal/fatais; espanhol/espanhóis; taful/tafuis

b) el. Têm trocada esta terminação por éis (ou eis, se for átono): cruel/cruéis; amável/amáveis

c) il. Quando tônico, o il se muda em is, quando átono, em eis: gentil/gentis; sutil/sutis; fácil/fáceis; útil/úteis.

ADJETIVOS TERMINADOS EM “ÃO” ACENTUADO

A norma é apresentarem o plural em ões: poltrão/poltrões; valentão/valentões

Exceto:

1) Os que formam o plural em ães: alemão/alemães; catalão/catalães; charlatão/charlatães; sacristão/sacristães.

2) Os que formam o plural em ãos: cristão/cristãos; chão/chãos; comarcão/comarcãos; loução/louçãos; pagão/pagãos; temporão/temporãos; são/sãos; vão/vãos.

ADJETIVOS COMPOSTOS

Tem havido muita indecisão por parte dos escritores. Com segurança, poder-se-ão apontar, talvez, apenas as seguintes normas:

a) Recebem a desinência de plural somente no último elemento os compostos de palavra invariável + adjetivo ou adjetivo + adjetivo:

Exemplos: sobre-humano/sobre-humanos; anti-higiênico/anti-higiênicos; luso-brasileiro/luso-brasileiros; técnico-profissional/técnico-profissionais.

Excetuam-se: azul-marinho/(invariável); claro-escuro/claros-escuros; surdo-mudo/surdos-mudos;

b) São invariáveis os compostos de adjetivo de cor + substantivo.

Exemplos: verde-mar; verde-garrafa; verde-malva; azul-pavão; azul-ferrete; vermelho-sangue; amarelo-ouro.

Também o são: furta-cor; ultravioleta; infravermelho.

c) Flexionam-se apenas no último dos termos os compostos de adjetivo + adjetivo, quando ambos designam nomes de cor:

Exemplo: flâmulas rubro-negras; paredes azul-claras.

Menos comum é a invariabilidade (paredes azul-claro), ou a flexão de ambos os adjetivos (cabelos castanhos-escuros).

d) Cabe referir, finalmente, os substantivos de cor que funcionam como adjetivos. Assim, são invariáveis: luvas cinza; sapatos gelo.

Ver também

Como é o Complemento Nominal?

Adjunto Adverbial

Adjunto Adnominal

Análise Sintática: 3 termos importantes

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