Compostos Neoclássicos

Os compostos neoclássicos são palavras formadas pela união de radicais de origem latina ou grega. Esses compostos têm diferentes nomenclaturas, como “Raízes Neoclássicas” ou “Raízes de Fronteira”, dependendo do enfoque dado às características do radical envolvido. No entanto, independentemente da nomenclatura, é necessário escolher um lado como base para analisar o composto. Neste caso, a ponta direita é considerada a base e a ponta esquerda é o prefixo que pode ser permutado.

compostos neoclassicos

O que são Compostos Neoclássicos?

Embora alguns radicais possam se combinar tanto à esquerda quanto à direita, a nomenclatura dada por Bauer (1988) – “Formas Combinatórias” – descreve melhor a realidade de alguns radicais. A posição dos constituintes nos compostos neoclássicos pode variar, funcionando ora como prefixos, ora como sufixos, e até mesmo como base lexical. Algumas palavras, como “pseudomorfologia”, são compostas por vários radicais, mas é difícil determinar qual deles é prefixo, sufixo ou base.

Os compostos neoclássicos também têm a capacidade de se unir a palavras inteiras como se fossem prefixos, mas o tipo de informação que é atribuída é de natureza diferente da prefixação típica. Os processos de formação de palavras por “splinters” são diferentes dos compostos neoclássicos. Os “splinters” têm relação semântica muito forte com a palavra original. Os compostos neoclássicos são formados por radicais latinos ou gregos que, embora já não sejam flexionáveis, ainda são compreensíveis.

Classificação dos compostos neoclássicos

Os compostos neoclássicos são frequentemente classificados como derivação prefixal ou sufixal, mas também podem ser classificados como composição. As gramáticas tradicionais trazem os prefixos e sufixos clássicos no capítulo sobre derivação, enquanto os radicais greco-latinos são reunidos na parte que trata da composição, os chamados “Compostos Eruditos”. A tradição não dá um tratamento diferenciado para esse tipo de composto, e eles podem ser distribuídos tanto pela derivação quanto pela composição.

Algumas características dos compostos neoclássicos são destacadas como processo diferenciado: a lexamaticidade na língua de origem, a ausência de realização sintática na língua-alvo, o tipo de vocabulário que formam e o tipo de significado que atualizam. Originalmente, a maioria dos termos era lexemas livres em latim ou grego e podia receber marcas flexionais variadas, mas hoje são consideradas “formas sem livre-curso”. Esses fragmentos não têm autonomia sintática ou semântica em situações “normais”, e suas formas complexas pertencem a um vocabulário formalmente aprendido. A significação acionada pelos sufixos é diferente daquela acionada pelos radicais clássicos, sendo mais concreta.

Palavras formadas por Compostos Neoclássicos

Hidrofobia:

Componentes neoclássicos: hidro- (do grego hydro, que significa “água”) + -fobia (do grego phobos, que significa “medo”).

Origem: A palavra hidrofobia é usada para descrever o medo irracional ou aversão à água, mas também é o termo técnico para a raiva, uma doença viral transmitida por animais.

Neurótico:

Componentes neoclássicos: neuro- (do grego neuron, que significa “nervo”) + -ótico (do grego otikos, que significa “relativo a”).

Origem: A palavra neurótico é usada para descrever uma pessoa que sofre de distúrbios ou problemas emocionais ou mentais.

Biblioteca:

Componentes neoclássicos: biblio- (do grego biblion, que significa “livro”) + -teca (do grego theke, que significa “armazenamento”).

Origem: A palavra biblioteca refere-se a um local onde são guardados e disponibilizados livros para leitura e estudo.

Teocracia:

Componentes neoclássicos: teo- (do grego theos, que significa “deus”) + -cracia (do grego kratos, que significa “poder” ou “governo”).

Origem: A teocracia é uma forma de governo em que a autoridade política é exercida em nome de uma divindade ou por líderes religiosos.

Antropologia:

Componentes neoclássicos: antro- (do grego anthropos, que significa “ser humano”) + -logia (do grego logos, que significa “estudo”).

Origem: A antropologia é a ciência que estuda o ser humano em suas diversas dimensões, como a cultura, a evolução, a linguagem, entre outras.

Megafone:

Componentes neoclássicos: mega- (do grego megas, que significa “grande”) + -fone (do grego phone, que significa “som” ou “voz”).

Origem: O megafone é um dispositivo que amplifica o som da voz humana, permitindo que seja ouvida a distâncias maiores.

Fotossíntese:

Componentes neoclássicos: foto- (do grego phos, que significa “luz”) + -síntese (do grego synthesis, que significa “união”).

Origem: A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas e outros organismos capturam a luz do sol para converter em energia química.

Telefone:

Componentes neoclássicos: tele- (do grego tele, que significa “distância”) + -fone (do grego phone, que significa “som” ou “voz”).

Origem: O telefone é um dispositivo de comunicação que permite a transmissão de voz a distâncias remotas.

Geografia:

Componentes neoclássicos: geo- (do grego ge, que significa “terra” ou “planeta”) + -grafia (do grego grapho, que significa “escrever” ou “descrever”).

Origem: A geografia é a ciência que estuda a superfície terrestre, seus aspectos físicos, biológicos e humanos, bem como a relação entre eles.

Psicologia:

Componentes neoclássicos: psico- (do grego psyche, que significa “alma” ou “mente”) + -logia (do grego logos, que significa “estudo”).

Origem: A psicologia é a ciência que estuda os processos mentais e comportamentais humanos, incluindo emoções, percepções, pensamentos e ações.

Referência

BAUER, L. Is there a class of neoclassical compounds, and if so, is it productive? Linguistics 36/3, 1988, p. 403-422. Disponível em: Is there a class of neoclassical compounds, and if so is it productive? (degruyter.com)

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